sexta-feira, 27 de julho de 2007

Músculos

Aos seres que se escondem atrás de uma capa de músculos rígidos que envolvem os ossos, sufocam as idéias, apoderam-se dos pensamentos, e, por fim, tornam-se o pensamento! Ahhh! Olha lá. Cultuar algo que com o tempo se deteriora é perigoso. Apegar-se ao passageiro, ao transitório, os faz seres compreendidos apenas pelas idéias vigentes, dessas que não duram um verão. O que é um homem senão pó. E o que faz desse homem digno de lembrança, de respeito, se não houver outro homem que compreenda qual ventania foi capaz de movê-lo de seu lugar habitual. Toda espécie possui algo que a diferencia das demais. Não que eu goste de menosprezar a espécie da qual faço parte, mas não somos ligados à competência de nossos músculos nas altas rodas do mundo animal. Besouros podem suportar cinco vezes o peso de seu próprio corpo. Ninguém os vê gabando-se de sua força, de quão vistosos são seus músculos, vê? Será que encontramos nesse pequeno inseto um exemplo de humildade ou alguns de nossos convivas orgulham-se por pouco? Mas não comparemos ninguém a seres ditos “repugnantes “. Alguém nessa história poderia se ofender.
Eh! Às vezes também não consigo controlar os músculos de meu braço e as palavras saem como se fossem regidas pelo batimento do único músculo que me controla, como se o pulsar ordenasse cada pensamento, se os pensamentos fossem frutos desse tamborilar incessante. Que ironia! Acho que somos iguais. Também sou pó...

2 comentários:

Mafalda disse...

Você também fala quando acha algo errado! Isso é bom! Dá ao outro a chance de replicar.

Anônimo disse...

Você está generalizando uma classe, nem todo fisiculturista é burro.

Um abraço.