quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Chuva

Ninguém vai dormir aqui.

Não quero esconder minhas infelicidades

atrás de um rosto que se desfaz e sorri,

embaixo de um já amargurado travesseiro

ou esquecer tudo nas visões ilusórias dos sonhos que virão,

mais parecem saudades.

Quero ouvir a chuva lá fora bater com força na telha.

Poderia ser minha carne.

Quero ouvir a chuva molhar a terra.

Poderia ser meu sangue derramado na guerra.

Quero ouvir a chuva cair.

Poderia ser meu corpo, minha causa.

Que causa?

Não tenho causa, sou chuva sem propósito, que cai, e só cai.

“Feche os olhos, meu filho, e pense em algo bom”.

“Mãe, já pensei. O que eu faço quando abrir os olhos e vir que nada do que eu pensei existe?”.

“Existem coisas que você não pode ver. Só sentir. A chuva está lá fora.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the Flores Online, I hope you enjoy. The address is http://flores-on-line.blogspot.com. A hug.

Bê Behar disse...

Mas que bela descoberta que eu fiz! Seu comentário fez todo o sentido, fez?! Fez...poético seu blog. Palavras bonitas,reais e duras. Como as dos grandes jornalistas.
Reative! Vale a pena, mesmo que não seja para postar com disciplina.
Beijos Grandes!